Vida que continua

Vida que continua

Contemplado no Rumos Itaú Cultural 2017-2018, Área Criativa – Pinhões, de Bruno Vilela, é a nova fase do projeto vencedor do 1º Prêmio seLecT de Arte e Educação, em 2017

Paula Alzugaray

Área Criativa – Pinhões é um dos 109 projetos contemplados no programa Rumos Itaú Cultural (2017-2018). A proposta de Bruno Vilela é criar uma pesquisa sobre processos construtivos de baixo custo e construir um espaço cultural autogerido pelo grupo de jovens da comunidade quilombola de Pinhões, em Santa Luzia (MG). Os participantes, junto com a equipe do projeto, vão desenvolver a arquitetura, a programação, as regras de funcionamento e as formas de gestão do espaço.

Vilela foi o vencedor do 1º Prêmio seLecT de Arte e Educação na categoria Formador, com o Espaço Cultural Área Criativa, espaço autogerido por jovens e crianças da cidade de Pedra Azul (MG), com atividades e regras de funcionamento pensadas pelos próprios usuários. Após três anos de sua implantação em uma cidade que não dispunha de equipamentos culturais, a Área Criativa continua ativa.
Com ações voltadas a promover discussões sobre arte e direitos humanos, o gestor e produtor cultural Bruno Vilela foi estimulado a retomar a estratégia da Área Criativa em Pinhões, bairro quilombola do município de Santa Luzia (MG). “Programamos realizar dez intervenções do projeto Mídia Tática em diferentes cidades, com grupos de jovens organizados em torno de direitos humanos. Mas os moradores de Pinhões não quiseram só uma intervenção efêmera, e sim criar uma ‘área criativa’, em caráter permanente”, conta Vilela à seLecT.
Como a verba que tinha para uma intervenção não alcançava construir um espaço cultural nos moldes de Pedra Azul, foi criado o Espaço Teto Aberto – literalmente um teto para abarcar encontros e discussões para a afirmação do jovem quilombola. “O Teto é um lugar para a discussão de políticas – do próprio espaço e do município. Se a gente pode criar regras para um espaço, por que não podemos interferir nas regras que o Estado dedica à população?”, diz Vilela.